20 de mar. de 2010

Deus

“Existência de Deus” – Do livro Pai Nosso, Francisco Cândido Xavier pelo Espírito Meimei

Conta-se que um velho árabe analfabeto orava com tanto fervor e com tanto carinho, cada noite, que, certa vez, o rico chefe de grande caravana chamou-o à sua presença e lhe perguntou:
- Por que oras com tanta FÉ? Como sabes que Deus existe, quando nem ao menos sabes ler?
O crente fiel respondeu:
- Grande senhor, conheço a existência de Nosso Pai Celeste pelos sinais dele.
- Como assim? – indagou o chefe, admirado.
O servo humilde explicou-se:
- Quando o senhor recebe uma carta de pessoa ausente, como reconhece quem a escreveu?
- Pela letra.
- Quando o senhor recebe uma jóia, como é que se informa quanto ao autor dela?
- Pela marca do ourives.
O empregado sorriu e acrescentou:
- Quando ouve passos de animais, ao redor da tenda, como sabe, depois, se foi um carneiro, um cavalo ou um boi?
- Pelos rastos – respondeu o chefe, surpreendido.
Então, o velho crente convidou-o para fora da barraca e, mostrando-lhe o céu, onde a Lua brilhava, cercada por multidões de estrelas, exclamou, respeitoso:
- Senhor, aqueles sinais, lá em cima, não podem ser dos homens!
Nesse momento, ajoelhou-se na areia e começou a orar também.

EXISTÊNCIA DE DEUS

Ao ler essa historinha, confirmamos o que os Espíritos nos revelaram. Que Deus é inteligência suprema e causa primeira de todas as coisas e, não existe efeito sem causa. E essa causa é inteligente.

A prova da existência de Deus está em tudo que não foi feito pelo homem. Se olharmos a nossa volta para as obras da Natureza, observaremos a sabedoria e a harmonia que presidem a todas. Então, reconheceremos que o homem não poderia tê-las produzido, pois as obras é de uma inteligência superior ao homem.

Portanto a causa está acima da humanidade, e se chama Deus, Jeová, Alá, Brama, Grande-Espírito, de acordo com os povos, épocas ou cultura.

A crença em Deus se afirma e se impõe, fora e acima de todas as situações, de todas as filosofias, de todas as crenças.

O homem por ser um SER PENSANTE, vive e importa-lhe saber qual é a fonte, qual é a causa, qual é a lei da vida.

O conhecimento da verdade sobre Deus, sobre o mundo e a vida é o que há de mais essencial, de mais necessário, porque é Ele que nos sustenta, nos inspira e nos dirige, mesmo à nossa revelia.

A crença em Deus está instintivamente alojada na mente humana. À medida que o homem evolui apura-se também a crença em Deus. Os espíritos Superiores nos ensinam, o sentimento instintivo de crer em Deus nos prova que Deus existe. É também uma conseqüência do princípio – não há efeito sem causa.

A existência de Deus é, pois, uma realidade comprovada não só pela revelação, como pela evidência material dos fatos. Os povos selvagens nenhuma revelação tiveram; entretanto, crêem instintivamente na existência de um poder sobre-humano. Eles vêem coisas que estão acima das possibilidades do homem e deduzem que essas coisas provêm de um ente superior à Humanidade. Não demonstram raciocinar com mais lógica do que os que pretendem que tais coisas se fizeram a si mesmas? (A Gênese, Allan Kardec)

NATUREZA DIVINA

Não é dado ao homem compreender a natureza íntima de Deus. Para compreendê-lo, ainda nos falta o sentido próprio, que só se adquire por meio da completa depuração do Espírito. Assim compreenderá melhor à proporção que se elevar acima da matéria.

DEUS:

É eterno; Se tivesse tido princípio, teria saído do nada, ou, então, também teria sido criado, por um ser anterior. É assim que, de degrau em degrau, remontamos ao infinito e à eternidade.

É imutável; se estivesse sujeito a mudanças, as leis que regem o Universo não teriam nenhuma estabilidade.

É imaterial, quer dizer que a sua natureza difere de tudo o que chamamos matéria, de outro modo estaria sujeito às transformações da matéria, e não seria imutável.

É único; se houvesse vários deuses, teria várias vontades; e desde então não teria uma unidade de vistas, nem unidade de poder na ordenação do Universo.

É onipotente; porque é único. Se não tivesse o soberano poder, haveria alguma coisa mais poderosa do que ele; não teria feito todas as coisas, e as que não tivesse feito, seriam a obra de um outro Deus.

É soberanamente justo e bom; a sabedoria providencial das leis divinas se revela nas menores coisas, como nas maiores, e essa sabedoria não permite duvidar nem da sua justiça, nem da sua bondade.

É infinito em todas as suas perfeições.

Supondo-se imperfeito um só dos atributos de Deus, se diminui a menor parcela da eternidade, da imutabilidade, da imaterialidade, da unidade, da onipotência da justiça e da bondade de Deus, pode-se supor um outro ser possuindo o que lhe faltaria, e esse ser, mais perfeito do que ele, seria Deus.

Para resumir, tanto quanto podemos, tudo o que pensamos referente a Deus, diremos que Ele é a Vida, a Razão, a Consciência em sua plenitude. É a causa eternamente operante de tudo o que existe. É a comunhão universal onde cada ser vai sorver a existência, a fim de, em seguida, concorrer, na medida de suas faculdades crescentes e de elevação, para a harmonia do conjunto.

Fonte: O Livro dos Espíritos, questões de 1 a 13.

Genilda Medeiros

14 de mar. de 2010

O Amor ao Estudo


O amor ao estudo é um dos temas estudados nos cursos oferecidos pelos Centros Espíritas, com o objetivo de estimular a leitura edificante, promovendo o conhecimento filosófico, cientifico e religioso da Doutrina dos Espíritos.

Léon Denis no seu livro Depois da Morte, nos diz: “O estudo é a fonte de ternos e puros gozos; liberta-nos das preocupações vulgares e faz-nos esquecer as tribulações da vida. O livro é um amigo sincero que nos dá bons augúrios nas horas felizes, bem como nas ocasiões críticas”.

No entanto, saibamos escolher bons livros e habituemo-nos a viver no meio deles. Rejeitando com objetivismo as obras pérfidas (que mente à fé jurada; desleal; infiel; falso; enganador), que só estimulam as paixões.

Observe que a medida que vamos estudando e compreendendo melhor os ensinamentos espíritas, sentimos que necessitamos nos integrar mais nas ações da Reforma Moral da Sociedade, pois nos tomamos responsáveis pelas nossas ações.

Todo Espírita estudioso caminha neste sentido, e tem as condições para chegar vitorioso ao plano espiritual, desde que se submeta ao processo educativo de combate às imperfeições e do desenvolvimento de virtudes.

O Livro dos Espíritos nos esclarece que “a moral e a inteligência são duas forças que só com o tempo chegam a equilibrar-se.” Portanto, só com várias encarnações vamos atingir a perfeição, ou seja, reunir todas as virtudes: a Ciência, a Sabedoria e a Bondade.  

Vejamos o que comenta Allan Kardec sobre a Educação (questão 685-a – Lei do Trabalho):
“ ... Não nos referimos, porém, à educação moral pelos livros e sim à que consiste na arte de formar os caracteres, à que incute hábitos, porquanto a educação é o conjunto dos hábitos adquiridos. Considerando-se a aluvião de indivíduos que todos os dias são lançados na torrente da população, sem princípios, sem freio e entregues a seus próprios instintos, serão de espantar as conseqüências desastrosas que daí decorrem? Quando essa arte for conhecida, compreendida e praticada, o homem terá no mundo hábitos de ordem e de previdência para consigo mesmo e para com os seus, de respeito a tudo o que é respeitável, hábitos que lhe permitirão atravessar menos penosamente os maus dias inevitáveis. A desordem e a imprevidência são duas chagas que só uma educação bem entendida pode curar. Esse o ponto de partida, o elemento real do bem-estar, o penhor da segurança de todos”.



Espíritas, o Espírito de Verdade vos disse: amai-vos e instrui-vos.


Genilda Medeiros