17 de abr. de 2010

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16 de abr. de 2010

Allan Kardec, O Codificador

ALLAN KARDEC, O CODIFICADOR




Nascido em Lyon, França, no dia 3 de outubro de 1804.



Era filho de antiga família lionesa, católica, nobre e de tradição. Foram seus pais Jean-Baptiste Antoine Rivail e Jeanne Louise Duhamel.









O seu verdadeiro nome era Hippolyte-Léon-Denizard Rivail. "Hippolite" em família; "Professor Rivail" na sociedade e "H-L-D Rivail" na literatura era, desde os 18 anos, mestre colegial de Ciências e Letras e, desde os 20 anos, renomado autor de livros didáticos. Suas obras espíritas foram escritas com o pseudônimo de Allan Kardec.

Professor Rivail era um homem de média estatura. Segundo Canuto Abreu, tinha 1,65 m, claro, de olhos castanhos e penetrantes, sério e compenetrado, mas jovial na intimidade. Mantinha um bigode e cavanhaque, bem típicos para um francês de seu tempo.

Aos 10 anos, Rivail concluiria seus estudos em Lyon. Seus pais entenderam por bem confiar o único filho ao famoso educador Johann Heinrich Pestalozzi, o mais sábio, respeitado e célebre professor daquele tempo, precursor da moderna educação, da chamada “escola ativa” e fundador da primeira escola profissional do mundo, na Suíça.

Desfrutaria o menino Rivail da companhia desse mestre em excelência, verdadeiro formador de caráter. Tão amado era que seus alunos o chamavam de “pai” Pestalozzi.

Estudou diversas disciplinas do curso normal do Instituto, complementando-os com o estudo da teologia, filosofia e diversas línguas, bem como adquirindo consistentes conhecimentos em medicina.

Ainda em Yverdon, interessou-se pelos estudos do magnetismo.

Aos 20 anos, quando Pestalozzi fecha o Instituto, Rivail parte para Paris, França, levando na alma, as lições inesquecíveis do grande educador, cuja influência moral jamais deixaria de inspirá-lo.

Em 1825 fundou um colégio nos moldes do Instituto de Yverdon, denominado “Instituto Educacional Técnico”.

Com larga experiência de magistério, o jovem professor Rivail, como passa a ser conhecido, inicia sua carreira, bacharelado em ciências e letras.

Escreveu gramáticas, aritméticas, estudos pedagógicos superiores.

Traduziu obras inglesas e alemãs.

Organizou, em sua casa, cursos gratuitos de química, física, astronomia e anatomia comparada.

Publicou vários outros livros com ampla aceitação em todo o país sobre matemática, língua francesa, física, fisiologia e astronomia.

Dentre as suas obras, destacam-se: Plano apresentado para o melhoramento da instrução pública (1828); Curso prático e teórico de aritmética (1829, segundo o método de Pestalozzi); e Gramática francesa clássica (1831).

Tornou-se conhecido na Alemanha por traduzir para o alemão várias obras de educação e de moral, principalmente de Fénelon, que “coincidentemente”, viria a ser uma das entidades espirituais que lhe transmitiram vários conhecimentos na obra de codificação do Espiritismo. 


Membro de várias sociedades sábias, notadamente da Academia Real de Arras, foi premiado, por concurso, em 1831, com a monografia: Qual o sistema de estudo mais em harmonia com as necessidades da época?

Aos 27 anos, em 6 de fevereiro de 1832, casa-se com a senhorita Amélia Boudet, distinta professora, uma jovem culta, poetisa e pintora que conhecera no “Instituto Educacional Técnico”. A senhorita Amélia Boudet tinha, pois, mais nove anos que o Sr. Rivail, mas na aparência dir-se-ia ter menos dez que ele. Juntos, fundaram em Paris um estabelecimento semelhante ao de Yverdun.



MESAS GIRANTES E A DOUTRINA DOS ESPÍRITOS


Em meados de 1854, na França, e em toda a Europa, despertava a atenção da sociedade os fenômenos das chamadas “mesas girantes”.

Nessas reuniões, festivas exibições, as mesas se movimentavam, respondendo, por códigos, às perguntas feitas pelos participantes. Embora realizadas por diversão, se obtinham comunicações, que demonstravam uma base inteligente.

Foi monsier Fortier, magnetizador conhecido do professor Rivail e um outro seu amigo, Carlotti, que chamaram-lhe a atenção sobre tais acontecimentos, aparentemente inexplicáveis.

Em maio de 1855, convidado para assistir a uma reunião na casa da Sra. Plainemaison, aos 50 anos, Rivail presenciou, pela primeira vez, o fenômeno das mesas que giravam, saltavam, e respondiam às perguntas formuladas pelos presentes, "em condições tais" — diria mais tarde —"que não deixavam margem a qualquer dúvida".

Rivail, profundamente interessado e com sua sólida base científica e filosófica, mudaria o rumo dos experimentos. Observada a veracidade dos fenômenos, raciocinou: "um efeito inteligente deve ter por causa uma força inteligente”.

Assim, embuído de seu caráter investigativo e criterioso, lançou-se à ingente tarefa de classificação das milhares de mensagens, o que constituiria, posteriormente, na codificação do Espiritismo.

Na ingente tarefa de codificação do Espiritismo, Allan Kardec contou com o valioso concurso de três meninas que se tornaram as médiuns principais no trabalho de compilação de O Livro dos Espíritos: Caroline Baudin, Julie Baudin e Ruth Celine Japhet. As duas primeiras foram utilizadas para a concatenação da essência dos ensinos espíritas; a última, para os esclarecimentos complementares. Ultimada a obra e ratificados todos os ensinamentos ali contidos, por sugestão dos Espíritos, Allan Kardec recorreu a outros médiuns, estranhos ao primeiro grupo, dentre eles Japhet e Roustan, médiuns intuitivos; a senhora Canu, sonâmbula inconsciente; Canu, médium de incorporação; a Sra. Leclerc, médium psicógrafa; a Sra. Clement, médium psicógrafa e de incorporação; a Sra. De Pleinemaison, auditiva e inspirada; Sra. Roger, clarividente; e Srta. Aline Carlotti, médium psicógrafa e de incorporação.

Escrevendo sobre a personalidade do ínclito mestre, o emérito Dr. Silvino Canuto Abreu afirmou o seguinte: "De cultura acima do normal nos homens ilustres de sua idade e do seu tempo, impôs-se ao geral respeito desde moço. Temperamento infenso à fantasia, sem instinto poético nem romanesco, todo inclinado ao método, à ordem, à disciplina mental, praticava, na palavra escrita ou falada, a precisão, a nitidez, a simplicidade, dentro dum vernáculo perfeito, escoimado de redundâncias.



Através de Zéfiro, espírito guia da família Boudin, Rivail tomou conhecimento de que se chamara Allan Kardec, numa existência anterior, ao tempo de Júlio César, na Gália (antigo nome do território francês). Esse espírito amigo, esclareceu ainda ser o professor Rivail um antigo sacerdote gaulês - um druida.

Professor Rivail adota então o pseudônimo de Allan Kardec.

Os Livros da Codificação: O Pentateuco


Em 18/04/1857: O Livro dos Espíritos



Em 1861: O Livro dos Médiuns

Em 1864: O Evangelho segundo o Espiritismo


Em 1865: O Céu e o Inferno


Em 1868: A Gênese



Outras publicações de seus textos

REVISTA ESPÍRITA 12 VOLUMES (Início - 1858) 

O QUE É O ESPIRITISMO          O PRINCIPIANTE ESPÍRITA      A PRECE

DEFINIÇÕES ESPÍRITAS              COLETÂNEA DE PREECES ESPÍRITAS

INICIAÇÃO ESPÍRITA           A OBSESSÃO     VIAGEEM ESPÍRITA (1862)

DA COMUNHÃO DO PENSAMENTO              A HISTÓRIA DE UM ESPÍRITO


Hyppolyte Leon Denizard Rivail, o missionário Allan Kardec, retornou ao plano espiritual, no dia 31 de março de 1869, entre 11 e 12 horas da manhã, ao atender um visitante que lhe pedia um exemplar de sua Revista Espírita. 

O túmulo de Kardec com celebre mensagem reencarnacionista: Nascer, viver, morrer, renascer ainda, progredir sempre tal é a lei.

Uma antiga enfermidade do coração, um aneurisma que há anos minava-lhe o organismo, devolveu à Pátria Espiritual, repentinamente, a alma generosa e sábia do Codificador da Doutrina Espírita.

Kardec foi, portanto, um intelectual orgânico, ou seja, um pensador humanista voltado para a práxis, empreendedor e ativista. Fundou a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, a Revista Espírita, escreveu cerca de 30 obras num curto espaço de 12 anos. Viajou por toda a França divulgando a idéia espírita através de conferências e incentivou a criação de grupos de estudos espíritas por toda a Europa. Foi um grande idealista, comprometido com a educação e a construção de uma nova sociedade, alicerçada em bases morais.

Segundo Kardec:
“Sendo uma potência como filosofia, o Espiritismo, neste nosso século da razão, só teria a perder se pretendesse transformar-se em poder temporal. Não será portanto ele que irá organizar as instituições sociais do mundo regenerado, mas os próprios homens, levados por suas idéias de justiça, de caridade, de fraternidade e solidariedade desenvolvidas por efeito de sua nova crença.” (Questões e Problemas, Obras Póstumas).



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