11 de set. de 2010

A ECLOSÃO DA MEDIUNIDADE

Jovens, realizei uma pesquisa sobre a Mediunidade e, vamos estudar a partir de hoje de forma clara para que possa ajudar a todos que se iniciam nesse labor.


 

Primeiro de tudo devemos saber que a Mediunidade é uma faculdade humana, natural, pela qual se estabelecem as relações entre homens e espíritos.


Desenvolve-se naturalmente nas pessoas de maior sensibilidade para a captação mental e sensorial das coisas e fatos do mundo espiritual que nos cerca e nos afeta com as vibrações psíquicas e afetivas.


Geralmente seu desenvolvimento é cíclico, ou seja, processa-se por etapas sucessivas, em forma de espiral. As crianças a possuem, por assim dizer, à flor da pele, mas resguardada pela influência benéfica e controladora dos espíritos protetores, que as religiões chamam de anjos da guarda.


 
Na fase infantil as manifestações mediúnicas são mais de caráter anímico; a criança projeta a sua alma nas coisas e nos seres que a rodeiam, recebem as intuições orientadoras dos seus protetores, às vezes vêm e denunciam a presença de espíritos e não raro transmitem avisos e recados dos espíritos aos familiares, de maneira positiva e direta ou de maneira simbólica e indireta. Quando passa dos sete ou oito anos integram-se melhor no condicionamento da vida terrena, desligando-se progressivamente das relações espirituais e dando mais importância às relações humanas.


O espírito se ajusta no seu escafandro para enfrentar os problemas do mundo. Fecha-se o primeiro ciclo mediúnico, para a seguir abrir-se o segundo. Considera-se então que a criança não tem mediunidade, a fase anterior é levada à conta da imaginação e da fabulação infantis.


É importante nesta fase que a criança seja encaminhada à Evangelização Espírita, para ser auxiliada mais efetivamente.


É geralmente na adolescência, a partir dos doze ou treze anos, que se inicia o segundo ciclo. No primeiro ciclo só se deve intervir no processo mediúnico com preces e passes, para abrandar as excitações naturais da criança, quase sempre carregadas de reminiscência estranhas do passado carnal ou espiritual. Na adolescência o seu corpo já amadureceu o suficiente para que as manifestações mediúnicas se tornem mais intensas e positivas. É tempo de encaminhá-la com informações mais precisas sobre o problema mediúnico. Não se deve tentar o seu desenvolvimento em sessões, a não ser que se trate de um caso obsessivo. Mas mesmo nesse caso é necessário cuidado para orientar o adolescente sem excitar a sua imaginação, acostumado-o ao processo natural regido pelas leis do crescimento.


O passe, a prece, as reuniões para estudo doutrinário são os meios de auxiliar o processo sem forçá-lo, dando-lhe a orientação necessária. Certos adolescentes integram-se rápida e naturalmente na nova situação e se preparam a sério para a atividade mediúnica. Outros rejeitam a mediunidade e procuram voltar-se apenas para os sonhos juvenis. É a hora das atividades lúdicas, dos jogos e esportes, do estudo e aquisição de conhecimentos gerais, da integração mais completa na realidade terrena. Não se deve forçá-los, mas apenas estimulá-los no tocante aos ensinos espíritas.


No caso de manifestações espontâneas da mediunidade é conveniente reduzi-las ao círculo privado da família ou de um grupo de amigos nas instituições juvenis, até que a sua mediunidade se defina, impondo-se por si mesma.


O terceiro ciclo ocorre geralmente na passagem da adolescência para a juventude, entre os dezoito e vinte e cinco anos. É o tempo, nessa fase, dos estudos sérios do Espiritismo e da Mediunidade, bem como da prática mediúnica livre, nos centros e grupos espíritas. Se a mediunidade não se definiu devidamente, não se deve ter preocupações. Há processos que demoram até aproximadamente dos 30 anos, da maturidade corporal, para a verdadeira eclosão da mediunidade. Basta mantê-lo em ligação com as atividades espíritas, sem forçá-lo. Se ele não revela nenhuma tendência mediúnica, o melhor é dar-lhe apenas acesso a atividades sociais ou assistências.


As sessões de educação mediúnica (impropriamente chamadas de desenvolvimento) destinam-se apenas a médiuns já caracterizados por manifestações espontâneas, portanto, já desenvolvidos.


Há um quarto ciclo, correspondente a mediunidades que só aparecem após a maturidade, na velhice ou na sua aproximação. Trata-se de manifestações que se tornam possíveis devido às condições da idade: enfraquecimento físico, permitindo mais fácil expansão das energias perispiríticas; maior introversão da mente, com a diminuição de atividades da vida prática, estado de apatia neuropsíquica, provocando pelas mudanças orgânicas do envelhecimento.


Esses fatores permitem maior desprendimento do espírito e seu relacionamento com entidades desencarnadas. Esse tipo de mediunidade tardia tem pouca duração, constituindo uma espécie de preparação mediúnica para a morte. Restringe-se a fenômenos de vidência, comunicação oral, intuição, percepção extra-sensorial e psicografia.


Embora seja uma preparação, a morte pode demorar vários anos, durante os quais o espírito se adapta aos problemas espirituais com que não se preocupou no correr da vida. Esses fatos comprovam o conceito de mediunidade como simples modalidade do relacionamento homem-espírito. A velhice nos devolve à proximidade do mundo espiritual, em posição semelhante à das crianças.
 
 


A Mediunidade surge na época apropriada e definida no planejamento reencarnatório do indivíduo. No momento certo desprende-se do corpo uma irradiação fluídica-nervosa. Essa radiação possui um brilho e, nos envolve numa espécie de luz espiritual. Desta forma, os Espíritos sofredores, buscando alívio, são irresistivelmente atrídos por essa luz.
 
 
Os sinais ou sintomas que anunciam a mediunidade variam ao infinito: sensação de enfermidade, só aparente; sensação de peso na cabeça e nos ombros; sensação de cansaço geral; nervosismo; irritações estranhas; insônia; arrepios, como se percebessemos passar por nós alguma coisa desagradavelmente fria; profunda tristeza ou excessiva alegria sem sabermos o por que...
 
É bom esclarecer que não é a Mediunidade que gera o distúrbio no organismo, mas a ação fluídica dos Espíritos que o corpo do médium armazena.
 
Por outro lado, quando a ação espiritual é salutar, uma aura de paz e de bem-estar envolve o medianeiro, auxiliando-o na preservação das forças que o nutrem e sustetam durante a existência física.
 
 
A mediunidade é a manifestação do espírito através do corpo. No ato mediúnico tanto se manifesta o espírito do médium como um espírito ao qual ele atende e serve. Os problemas mediúnicos consistem, portanto, simplesmente na disciplinação das relações espírito-corpo. É o que chamamos de educação mediúnica. Na proporção em que o médium aprende como espírito, a controlar a sua liberdade e a selecionar as suas relações espirituais, sua mediunidade se aprimora e se torna segura. Assim o bom médium é aquele que mantêm o seu equilíbrio psicofísico e procede na vida de maneira a criar para si mesmo um ambiente espiritual de moralidade, amor e respeito pelo próximo.



O médium deve ser espontâneo, natural, uma criatura humana normal, que não tem motivos para se julgar superior aos outros. As mudanças interiores da criatura decorrem de suas experiências na existência, experiências vitais e consciências que produzem mudanças profundas na visão íntima do mundo e da vida.




O momento da eclosão da faculdade mediúnica no Espírito encarnado é de fundamental importância, uma vez que essa faculdade poderá proporcionar benefícios ao próprio encarnado e ao próximo, se bem orientada e amparada fraternalmente.


Deve-se considerar, no entanto, que nem sempre  a pessoa é convenientemente assistida logo que desabrocha a mediunidade; seja por ignorância a respeito do assunto, o que é mais comum, seja por desinteresse ou desatenção dos familiares ou dos amigos.


Os conflitos são grandes, muitas vezes não tem o conhecimento da Doutrina dos Espíritos e nuncam foram ao Centro Espírita. Primeiramente, buscam ajuda aos médicos e psicólogos e, por último ao Espiritismo.


Quando chegam ao Centro Espírita estão desnoteados e cheios de preconceitos, mas querendo que o Centro resolva seus problemas. Neste momento, são orientados para o tratamento espiritual através de passes, água fluidificada e reuniões de estudos evangélicos.


O trabalhador da casa necessita ter paciência e conquistar a confiança daquele que procura o Centro Espírita oferecendo o estudo e educação da mediunidade para que possa servir na seara do Cristo.


O médium que se dispôs a iniciar o seu exercício, deve ter a consciência da importância e da significação dessa faculdade.


Por isso mesmo, os amigos desencarnados, sempre que responsáveis e conscientes dos próprios deveres diante das Leis Divinas, estarão entre os homens exortando-os à bondade e ao serviço, ao estudo e ao discemimento, porque a força mediuníca, em verdade, não ajuda e nem edifica quando esteja distante da caridade e ausente da educação.


Referências: Mediunidade, Herculano Pires; A Mediunidade sem Lagrimas, Eliseu Rigonatti; Médium e Mediunidade, Espírito Viana de Carvalho; Seara dos Médiuns, Espírito Emmanuel. 








Genilda Medeiros
Juventude Casa dos Humildes