6 de nov. de 2009

Resumo: Não se pode servir a Deus e a Mamon

O filósofo Huberto Rodhen, em sua obra "O Caminho da Felicidade", dizia:
"A felicidade é a suprema auto-realização do ser."
Esse pensamento é fundamental para o assunto que iremos tratar.
Afinal, a busca de riquezas não é motivada pelas felicidades
que acreditamos que elas podem nos proporcionar?

Mas ao falarmos de riqueza e felicidade, é comum fazermos aquela
velha e conhecida pergunta: dinheiro traz felicidade?
Uns dirão que sim, outros que não. E muitos dirão um resposta
bem na moda: "não, mas ajuda!"

Vejamos resumidamente o que nos diz Jesus e outros Espíritos Superiores,
em cada uma das 5 parábolas relacionadas ao tema:

Salvação dos ricos ("Não se poder servir a Deus e a Mamon")

Aqui vemos que Jesus fala da dificuldade daqueles que possuem fortunas,
de conseguirem manter-se no caminho do progresso do espírito.
Isso porque, é muito fácil esquecermos de nossas responsabilidades
quando temos poder em nossas mãos. É importante frizar, que Jesus
não condenou os ricos. Ele apenas mencionou que para eles
era mais difícil entrar no Reino dos Céus.

Preservar-se da avareza (Sobre o acúmulo de riquezas)

Aqui fala-se do desapego aos bens terrenos.
Jesus no mostra que não adianta de nada amontoarmos bens materiais,
se eles não tiverem um bom proveito.

Jesus em casa de Zaqueu (O Bom rico)

Aqui, é mais um exemplo que a riqueza não é o mal mas
sim, o seu mau uso. Vemos na figura de Zaqueu, o publicano
que buscava  compartilhar de sua fartura. E Jesus tanto conhecia
da sinceridade de Zaqueu que além de ter ido jantar na casa dele disse:

"Esta casa recebeu hoje a salvação, porque também este é filho 

de Abraão; visto que o Filho do Homem veio para procurar e 
salvar o que estava perdido."

O que também demonstra tque todos somos filhos de Deus, capazes
de mudar as diretrizes de nossas vidas.

Parábola do mau rico (A realidade após a morte).

Fala da situação daqueles que não sabem fazer bom uso do que
receberam em abundância. Criam para si o próprio
Inferno (a ausência de paz de espírito, o peso em suas consciências).
Constroem uma barreira entre eles e a sua verdadeira felicidade.
E só com uma atitude sincera de compreensão de seus equívocos é
que poderão sair deste estado.

Parábola dos talentos (Sobre a distribuição e uso das riquezas).

Compreendemos aqui a utilidade do trabalho.
O trabalho é instrumento de progresso intelectual e moral.
Os talentos são todas as condições que nos são entregues
pelo Criador para que possamos crescer.
Contudo, muitas vezes cegos pelas nossas paixões, malbaratamos
a ajuda que nos é concedida e acabamos por não aproveitá-la.


Estudando a parábola, Kardec também nos leva a refletir sobre
um outro ângulo da distribuição da riquezas:

Por que não são igualmente ricos todos os homens?

Segue então um trecho da resposta:

"Não o são por uma razão muito simples: por não serem igualmente
inteligentes, ativos e laboriosos para adquirir, nem sóbrios e previdentes
para conservar. E, alias, ponto matematicamente demonstrado que a 
riqueza, repartida com igualdade, a cada um daria uma parcela mínima 
e insuficiente; ...tendo cada um somente com que viver, o resultado seria 
o aniquilamento de todos os grandes trabalhos que concorrem para o 
progresso e para o bem-estar da Humanidade; que, admitido desse ela a
cada um o necessário, já não haveria o aguilhão que impele  os homens 
às grandes descobertas..."

E mais adiante ele coloca outra pergunta interessante:

Por que Deus a concede a pessoas incapazes de fazê-la frutificar para o bem de todos?


"Dando-lhe o livre-arbítrio, quis ele que o homem chegasse, 
por experiência própria, a distinguir o bem do mal e que a prática 
do primeiro resultasse de seus esforços e da sua vontade. ..."


Ou seja, todos precisamos experimentar das riquezas para
aprendermos como bem direcioná-las.

E para concluirmos, deixamos um trecho da mensagem de nosso
irmão Lacordaire a respeito do despreendimento dos bens terrenos:

"...Sabei contentar-vos com pouco. Se sois pobres, não invejeis 
os ricos, porquanto a  riqueza  não é necessária à felicidade. 
Se sois ricos, não esqueçais que os bens de que dispondes  apenas
vos estão confiados e que tendes de justificar o emprego que  lhes 
derdes, como se prestásseis contas de uma tutela. Não sejais depositário 
infiel, utilizando-os unicamente em satisfação do vosso orgulho e da 
vossa sensualidade. Não vos julgueis com o direito de dispor em vosso 
exclusivo proveito daquilo que  recebestes, não por doação, mas 
simplesmente como empréstimo. ..."

Luiz Augusto

Fontes de consulta:

Capítulo XVI do Evangelho Segundo o Espiritimo - Allan Kardec.
O caminho da Felicidade (Pág.17)- Huberto Hoden. Editora Martin Claret.

Um comentário:

Genilda Medeiros disse...

Muito bom, que todos possam refletir sobre os ensinamentos trazidos pelo nosso governador espiritual, Jesus. Um abraço Luiz.